A produção de grãos no Brasil para a safra 2024/25 está estimada em 322,3 milhões de toneladas, um aumento de 8,2% em relação ao ciclo anterior, o que representa um acréscimo de 24,5 milhões de toneladas. A estimativa foi divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) durante o 4º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, realizado nesta terça-feira (14).
A expectativa é de que a safra registre um novo recorde histórico, impulsionada pelo clima favorável e pelo crescimento da área semeada, estimada em 81,4 milhões de hectares – um aumento de 1,8% em comparação com o ciclo anterior.
Destaques da produção
Soja
O principal grão cultivado no país, a soja, deve alcançar 166,33 milhões de toneladas, um aumento de 18,61 milhões de toneladas em relação à safra anterior. Após um período de quebra de safra, a produtividade média das lavouras deve se recuperar, atingindo 3.509 kg/ha, contra 3.201 kg/ha no ciclo passado.
O plantio ocorreu de forma concentrada a partir do final de outubro, e a colheita deve se intensificar no fim de janeiro. Apesar das condições climáticas favoráveis até o momento, a Conab segue monitorando os impactos do clima sobre a produção.
Milho
A segunda maior cultura do país, o milho, deve atingir 119,6 milhões de toneladas, um crescimento de 3,3% em relação à temporada anterior. A primeira safra do cereal, no entanto, deve registrar uma redução de 6,4% na área semeada, mas a produtividade média deve crescer 4,8%, chegando a 6.062 kg/ha.
As boas condições climáticas favoreceram o desenvolvimento da cultura, com uma expectativa de colheita de 22,53 milhões de toneladas na primeira safra. Já os plantios da segunda e terceira safras terão início entre janeiro e abril.
Arroz e feijão
A semeadura do arroz ultrapassou 90% da área prevista para 2024/25, estimada em 1,75 milhão de hectares, um crescimento de 8,5%. Além da expansão da área, espera-se um incremento na produtividade, passando de 6.584 kg/ha para 6.869 kg/ha. Com isso, a produção total deve atingir 11,99 milhões de toneladas, um aumento de 13,2%.
O feijão também terá crescimento, com produção estimada em 3,4 milhões de toneladas, um aumento de 4,9%. Esse volume representa a segunda maior safra dos últimos 15 anos, ficando atrás apenas da temporada 2013/14. A primeira safra da leguminosa já teve 19,4% da colheita concluída na primeira semana de janeiro.
Algodão e trigo
O algodão deve registrar um aumento de 3,2% na área plantada, alcançando 2 milhões de hectares. A produção de pluma está projetada em 3,7 milhões de toneladas, podendo figurar entre as maiores já registradas na série histórica.
No caso do trigo, a produção foi de 7,89 milhões de toneladas, uma redução de 2,6% em relação à safra anterior. A queda se deve principalmente à redução de 14,2% na área plantada na região Sul, além das condições climáticas desfavoráveis no Paraná, Sudeste e Centro-Oeste.
Mercado e exportações
Soja e milho
Com a quebra de safra registrada em 2023/24, o Brasil exportou 98,6 milhões de toneladas de soja no ano passado. Para 2024/25, a Conab estima que os embarques aumentem para 105,47 milhões de toneladas. Já as exportações de farelo de soja devem se manter em 22 milhões de toneladas, enquanto as de óleo de soja devem crescer para 1,4 milhão de toneladas.
No caso do milho, as exportações na safra 2023/24 foram ajustadas para 38,5 milhões de toneladas. Para 2024/25, o volume exportado deve cair para 34 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno deve aumentar para 86,4 milhões de toneladas. Com o crescimento da produção, os estoques finais devem registrar recuperação, passando de 2,5 milhões para 3,5 milhões de toneladas.
Arroz e abastecimento interno
O consumo de arroz foi ajustado para 10,5 milhões de toneladas, valor dentro da média dos últimos cinco anos. A produção nacional deve recuperar parte dos estoques, estimados em 1,28 milhão de toneladas até fevereiro de 2026.
As exportações de arroz foram reduzidas para 1,5 milhão de toneladas na safra 2023/24, devido à menor oferta interna e à recomposição produtiva dos Estados Unidos. No entanto, com a recuperação da produção nacional, a Conab estima que o Brasil exporte 2 milhões de toneladas na safra 2024/25.
Com o crescimento da produção de grãos e a melhora dos estoques, a expectativa é de que o abastecimento interno seja garantido, especialmente para o setor de proteína animal e demais cadeias produtivas que dependem desses insumos.