Conhecido por sua forte produção de soja, pecuária e celulose, Mato Grosso do Sul vem ampliando a área plantada de amendoim, consolidando-se como o segundo maior produtor da leguminosa em casca do Brasil, atrás apenas de São Paulo.

O cultivo, antes restrito a pequenas propriedades da agricultura familiar, atingiu 21 mil hectares na última safra e tem previsão de ultrapassar 40 mil hectares em 2024/2025, segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A expansão da cultura do amendoim faz parte de uma estratégia de diversificação agrícola promovida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).

2º Dia do Amendoim destaca crescimento da cultura no Estado

Durante a abertura do 2º Dia do Amendoim, evento realizado na sexta-feira (24), em Glória de Dourados, o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc, Rogério Beretta, apresentou as ações governamentais para impulsionar o setor.

Voltado para agricultores locais, o evento reuniu mais de mil participantes e trouxe palestras de especialistas e debates sobre inovação no cultivo do amendoim.

Beretta destacou que o Estado vem investindo na atração de indústrias de beneficiamento, estimulando a industrialização da cadeia produtiva.

“O amendoim começou a ganhar força há quatro anos, quando passamos a incentivar os produtores e promover eventos técnicos. Já conseguimos atrair uma empresa para fazer o beneficiamento no Estado e queremos expandir ainda mais. Fechamos 2023 com mais de 20 mil hectares plantados e, conforme a previsão da Conab, este ano ultrapassaremos 40 mil hectares. Há muito potencial para crescer”, afirmou o secretário.

Além da industrialização da produção, o cultivo do amendoim vem sendo apontado como alternativa para a recuperação de áreas de pastagem e plantio em terrenos arenosos, onde o risco para a soja é maior.

“O amendoim é uma excelente opção para essas áreas, além de se integrar bem com culturas como a cana-de-açúcar. Com o apoio de instituições de pesquisa e assistência técnica, conseguimos um crescimento sustentável, aliado à adoção de tecnologia e práticas que reduzem riscos”, acrescentou Beretta.

Alternativa para a safra de verão e atração de indústrias

O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, ressaltou que o amendoim vem se consolidando como uma cultura estratégica para a safra de verão no Estado.

“Temos áreas irrigadas e de sequeiro, e talvez sejamos o Estado com a maior taxa de crescimento do plantio de amendoim no país”, afirmou Verruck.

Ele destacou a chegada da indústria de beneficiamento de amendoim da cooperativa Casul, que está sendo implantada em Bataguassu.

“A Casul é uma exportadora tradicional de amendoim e sua instalação em Mato Grosso do Sul cria um encadeamento produtivo. Hoje, indústrias alimentícias do Estado processam amendoim vindo de outros estados, mas queremos que a produção local atenda essa demanda”, explicou Verruck.

Segundo ele, eventos como o Dia de Campo são essenciais para apresentar tecnologias, rentabilidade e oportunidades do setor.

“O amendoim tem grande potencial de integração com a reforma de canaviais, como já ocorre em São Paulo. Isso amplia ainda mais as possibilidades para os produtores sul-mato-grossenses”, concluiu.

Números do crescimento da produção

📌 Área colhida prevista para 2024/2025: 42,3 mil hectares (+99,5% em relação a 2023/2024)
📌 Produção estimada para 2024/2025: 95,7 mil toneladas (+126,5% em relação à safra anterior)

Os dados confirmam que Mato Grosso do Sul avança rapidamente na produção de amendoim, consolidando-se como uma das principais forças do setor no país.